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Alanis Morissette no Curitiba Master Hall |
TREZE anos. Há treze anos escutei
pela primeira vez o cd Jagged Little Pill,
e no início esse álbum realmente foi uma pílula difícil de engolir. Terceiro
álbum da Alanis Morissette, vendeu mais de 33 milhões cópias no mundo todo, mas
não me conquistou de imediato. Eu tinha 14 anos, estudante de inglês avançado e
sem acesso à internet, escutava as músicas mais como um desafio à minha
compreensão auditiva do inglês do que qualquer outra coisa.
Com o tempo, comecei a
compreender e a sentir cada canção, e então adquiri os cds, dvds, lia
entrevistas, e me tornei uma fã. Após JLP veio Supposed former infatuation
junkie e MTV Unplugged.
A adolescência passou, e depois
do álbum Under rug swept já não
escutava tanto as suas músicas, que perderam a veia rock alternativo e migraram
para um pop alternativo – So-called chaos
e Flavors of entanglement.
Então 2012 chegou, e no dia 5
de setembro a Alanis veio para Curitiba. Minha (única) oportunidade de conhecer
a pessoa que me ensinou tantas palavras em inglês e me inspirou a estudar mais
ainda.
Não tinha companhia para ir ao
show, pois era numa quarta-feira e o preço um tanto salgado. Mesmo assim, fui.
Cheguei ao Curitiba Master Hall
às 18hs, e abriram a casa às 19h30. Nesse tempo li um livro (só eu mesmo rs) e
suportei o fedor de cigarro (por que fumar tanto, jovens?) na longa fila.
Encontrei um cantinho onde
conseguiria vê-la sem ser muito esmagada pelos fãs enlouquecidos, e ficamos
aguardando o show, que começaria às 21hs. Quarenta minutos depois, ela subiu ao
palco. E a emoção foi indescritível. Não sou do tipo que chora, grita, ou desmaia,
mas estar ali foi sublime.
Cada canção entoada pela multidão
desconcertou a própria cantora, que várias vezes cedeu o microfone ao coro
ensaiado para cada sucesso da década de 90. Até mesmo o novo hit Guardian estava na ponta da língua.
Alanis, aos 38 anos, 22 de
carreira, casada e com um filho, estava com a mesma energia, cabelo, corpo e
talento do seu trabalho mais bem sucedido, dos anos mais dourados e da
disposição dos seus primeiros shows. Quase duas horas de excelente música e
muitas dores musculares para os próximos dois dias.
Uma noite inesquecível, um show
memorável. Havoc and Bright Lights.
“Em ótima forma física, cantando
muito, Alanis não precisou se esforçar muito para conquistar o público. Doçura
e transe, senão fúria roqueira, se complementaram perfeitamente no caso de uma
artista cuja verborragia sempre conviveu com uma aura neo-hippie, em uma
síntese materializada pela fusão de sonoridades mais encorpadas de guitarra às
texturas sinuosas da música indiana, por exemplo. Salvo alguns probleminhas com
a equalização do som, que fizeram com que a banda encobrisse a voz da cantora,
foi uma noite e tanto. Uma celebração ao feminino."
Segue setlist da noite:
- I Remain (Part 1)
- Woman Down
- All I Really Want
- You Learn
- Guardian
- Flinch
- Right Through You
- Hands Clean
- So Pure
- Spiral (Premiere: First time ever)
- Ironic
- Havoc
- Head Over Feet
- I Remain (Part 3)
- Lens
- You Oughta Know
- Numb
- Hand in My Pocket
- Uninvited
- Thank U