segunda-feira, 9 de julho de 2012

Amsterdam

Aconteceram muitas coisas legais e outras nem tanto no mochilão que fiz na Europa de dezembro 2011 a janeiro de 2012. Pois bem, hoje vou contar sobre algo não tão legal – o dia em que me perdi em Amsterdam.
Foi no dia 05 de janeiro, uma quinta-feira terrivelmente windy. Eu e minha amiga Flávia já tínhamos visitado Barcelona e Praga, e chegamos a Amsterdam no dia 04. Pois bem, mapa nas mãos e pernas pra que te quero... lá fomos nós... prontas para conquistar o terreno holandês!


Saímos do hostel às 8h, passamos pela Leidseplein, pela Heineken Experience e fomos andando até a Dam Square. De lá caminhamos mais um pouco até a casa da Anne Frank. Foi uma experiência incrível, estar na casa que se tornou esconderijo da família dela durante a II Guerra Mundial foi emocionante.





Saímos de lá e já estava na hora do almoço. Continuamos nossa caminhada até encontrarmos um restaurante, mas a primeira coisa que vimos foi um fast food place, e lá entramos.  Pedimos um lanche e ficamos conversando com o dono da bodega, holandês que não parava de perguntar do samba, Carnival in Rio, e disse que seu sonho era conhecer o Brasil.



E então pegamos nosso Visa Travel Money para pagar a conta, quando o moço disse que só aceitava cash. Educadamente nos explicou onde havia um ATM, e lá fui eu sacar dinheiro. A Flávia ficou no restaurante com nossas sacolas de compras, bolsas, e tudo o mais. Eu saí apenas com a carteira e minha câmera.
Ansiosa para pegar logo o dinheiro e podermos continuar nosso primeiro dia na cidade, saí sem anotar o nome da rua, nem mesmo o nome do lugar onde estávamos, e segui atravessando canais e virando à esquerda e direita, até chegar a Dam Square, onde sabia que tinha visto um ATM.  



E então começou a chover. Eu com o dinheiro no bolso, parei numa loja na Leidsestraat comprar guarda-chuva. Todos ou muito fracos ou muito grandes ou muito caros, acabei desistindo, já que a chuva estava ameaçando parar.
Tentei refazer meu caminho mentalmente. Direita aqui, esquerda ali, “ah, passei por essa loja sim (Illy’s café)”, estava muito confiante, até que percebi que não sabia nem como era a fachada do lugar onde almoçamos. Andei mais uns 15 minutos e... nada! Cada rua que eu entrava via um Illy’s café (deve ter uns 30), e parecia que tudo se repetia, eu deveria estar andando em círculos. 



Já passava das 16h30 (momento em que começou a escurecer) e eu comecei a me desesperar. Vi um casal com mapa nas mãos (o meu estava com a Flávia) e me aproximei pra pedir ajuda. Fiquei com medo de chorar na frente deles e assustá-los, mas eram dois italianos queridos que me emprestaram o mapa pra eu ter uma ideia de onde estava naquele momento. Mas de que adianta saber onde você está se não sabe para onde precisa ir?
Aff...
Agradeci e continuei minha busca. Já estava escuro, e entrei num pub para telefonar no hostel, deixar uma mensagem pra Flávia, avisar sobre o que estava acontecendo...
O moço que me atendeu no pub era um britânico muito atencioso que me emprestou o telefone, a lista telefônica, e nos 40 minutos seguintes abriu mapa na mesa, circulou pontos por onde eu havia passado, abriu google street view no iphone, e comeu a janta fria, só pra me ajudar. Algumas pessoas realmente são anjos enviados por Deus pra nos acalmar.
Pensamos bastante, mas nada conseguimos resolver. Caminhei mais uns 15 minutos, tomei uma segunda chuva (desta vez granizo), e como já eram 18hs, voltei direto ao hostel. Pelo menos até lá eu sabia o caminho.
Meia hora depois, atravesso o lounge e encontro a Flávia toda molhada, com o laptop aberto, pronta pra anotar números de hospitais e polícia local pra me encontrar.
Quando nos vimos, nos abraçamos, chorei, choramos, e ela me contou o que se passou no restaurante. O gerente não queria deixa-la sair de lá, as garçonetes não paravam de falar como a cidade era perigosa, que havia traficantes, estupradores, etc. e que eu já deveria ter voltado, que era pra se preocupar...
Após tantas horas, resolveram liberá-la, e então no dia seguinte voltamos para pagar o almoço.
Ainda não sei a rua nem o nome do restaurante, e acho que nunca vou saber (bloqueei).
Perdemos um dia de passeio, e eu ganhei uma gripe que demorou dois meses pra ir embora depois das duas chuvas que tomei.
Mas o resto da viagem correu bem (ufa!), só nos perdemos mais uma vez em Paris. Outro dia conto sobre isso.



Flávia e eu


6 comentários:

  1. Nossa, Carol, QUE MEDO!!!
    Aiiiii eu já me perdi tantooooo e não sei ler mapa direito! Ainda bem que sempre tem um anjo pra ajudar mesmo. :D

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    1. Verdade, sempre aparece uma alma boa né!
      Ah, eu aprendi a ler mapa nesse mochilão...a gente só aprende mesmo quando precisa hehehe
      Beijão

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  2. Carol como vc conta bem história... me senti lá com vc. Beijo

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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